segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Web Série: Os meia bunda no país dos poposudos

Saudações a quem entra aqui, hoje postarei um roteirinho que fiz sobre a criação de uma Web Série, aquela coisa famosa que já tem aos montes no Youtube, alguns talvez conheçam como Websode, e tantos outros nomes.
Recomendo os do Walking Dead, que contam sobre a moça da bicicleta e um que mostra um maníaco que... bem, melhor eu não contar, pra não estragar a surpresa. ambos são em 5 partes (ambos? não lembro agora, procure!!)
Só sei que esta Web Série tem 5 episódios, leia porque está na integra!


Web Série:Os meia bunda no país dos poposudos



Enredo:
A série consiste em alguns rapazes, com idade entre 17 a 22 anos, adolescentes entrando no mundo da responsabilidade, de arranjar emprego, ir pro tiro de guerra , tirar carta, entrar pra faculdade e demais situações novas para eles e de tamanho estresse emocional.
Uma apologia à banalização em geral e uma crítica ao olhar social perante os valores.

Curiosidades:
Os cinco estágios da morte foram acoplados nos episódios de forma sutil para criar um desafio a mais em cada episódio.

O porquê deste nome para a Web Série:
A ideia de que um “novo mundo” de ações rápidas e enérgicas se abrem aos personagens, que estão abandonando a adolescência, se sentem em desvantagem diante dos mais velhos, se sentem sem sorte, sem amparo e sem um feedback para encarar coisas que antes eles não pensavam, ou que eram tratadas pelos pais.

Personagens principais:
Matheus Querubim Cordeiro, 22 anos, religioso, fã de quadrinhos antigos e de vídeo game dos anos 90, tem vários irmãos, e todos tem nomes bíblicos.

André “Téquinho” de Oliveira, 17 anos, caçula entre 3 irmãos, apegado à família, caseiro e romântico, tem 3 cachorros (pastor alemão) , chamados Téco, Volponi e Neguinha.

Roberto “Roberval” Zambianchi, 19 anos, guitarrista, adora Heavy Metal, criado por mãe solteira, filho único, rebelde, tem uma cadelinha vira latas chamada Pan, vive sozinho pois a mãe trabalha fora o dia todo, repetiu três vezes a sétima série.

Marcio “Marciano” Arantes, 18 anos, cdf, adora futebol, tem uma irmã mais velha chamada Marcia por quem todos os meninos babam, porém ela tem 15 anos e é casada.

Personagens secundários:
Dona Danieli, 40 anos, mãe de Matheus, carinhosa e dedicada ao lar.

Juíz de Trânsito (sem nome), cara de poucos amigos, gorducho e resmungão.

Renata “Rê”, 16 anos, a bonitinha da rua, não olha na cara dos meninos, suspira por motoqueiros aleatórios que passam pela rua.

Cristiane “Cris”, 18 anos, moça com um corpão, o que a torna um paradoxo pros meninos.



Episódio 1: Adeus Volponi.

Na escola, André, Roberto e Marcio se encontram no corredor da escola, André está pálido e de cabeça baixa, Marcio pergunta o que aconteceu e André fala sobre a morte de Volponi, seu pastor alemão mais novo.
A indignação dele é sobre o porquê de Deus levar o cachorro mais novo, “ele nem estava doente, tinha muito a viver ainda”.
Marcio se compadece, Roberto já fica com risinhos de sarcasmo e de afasta, mas ele pensa enquanto caminha para longe dos dois que não existe Deus, e que o menino é fraco.
Todos entram em suas respectivas classes ao soar o “sinal”, Roberto tem outras preocupações ocupando sua mente hoje.
Enquanto isso, Matheus em sua casa lê quadrinhos, sua mãe comenta com ele o que será da vida dele se ele não se cuidar e parar de “ler aquelas porcarias”, ele fala que não quer saber de faculdade, pois isso não dá futuro, ele comenta que vários conhecidos trabalham sem ter diploma, e que tantos se formam e nem trabalham na mesma área.
Dona Danieli sabe que não é assim, mas seu filho se recusa a aceitar a verdade, ela tenta em vão convence-lo, mas ele se fecha em seu mundo de quadrinhos e a ignora.
Mais tarde no mesmo dia, no Tiro de Guerra, uma longa fila e entre os garotos, Roberto agora está nervoso, quase tremendo, ele não quer servir o exército, pensamentos de que aquilo não está acontecendo com ele, devido à falta de informações, ele não compareceu no ano correto e agora sente que não terá escapatória.
O Episódio acaba com ele sendo entrevistado por um responsável do alistamento com cara de bravo e Roberto fazendo negação com a cabeça.

Episódio 2: Revoltados.

Os quatro garotos estão reunidos na frente da casa de Márcio; eles comentam sobre a sorte de “Roberval” ter se livrado do alistamento, comentam sobre o juramento à bandeira.
Matheus é ridicularizado devido ao nome altamente Bíblico que tem, e é defendido por Cristiane, que está passando e resolve tomar partido em defesa do menino que aliás, frequenta a mesma Igreja, ambos saem do local conversando. Ela muito brava com o que viu, apesar dos meninos saberem que é tudo uma brincadeira, mas Matheus se aproveita da fúria da menina para se aproximar dela; os outros meninos ficam com raiva da malandragem do “menino certinho”.
Na esquina, mesma rua onde os meninos estão, uma moto vira e no portão Renata é só sorrisos, porém, o motoqueiro passa direto sem nem vê-la. Ela entra bufando pra dentro de casa, os meninos veem a cena e gargalham.
Em casa, Matheus entra bravo, não fala com ninguém e se tranca no quarto, liga o vídeo game, coloca um jogo de luta, a mãe bate na porta e já vai entrando.
Ela pergunta o que foi. De costas, Matheus enxuga as lágrimas, e sem se virar só fala “nada, é só a Cris que não liga pra mim”.
“Não acredito, ela sabe que você é um moço legal e honesto”
“Mas ela me falou que eu não tenho futuro”
O episódio finaliza com Dona Danieli abaixando a cabeça, ela fala baixinho “entendi, tudo vai dar certo quando for a hora” e vai saindo do quarto, sem ter nem tirado a mão da maçaneta.

Episódio 3: Negócios à parte

Márcio está em uma rua, lotada de figurantes e carros passando, é mais um exame da autoescola, o terceiro para falar a verdade, ele está desesperado pois não entende como pode ser reprovado sempre.
Quando chega a vez dele, todo cheio de sono, entra no carro, e começa a ajustar o banco, o espelho e verifica tudo várias vezes, o Juíz com cara de poucos amigos solta “É pra hoje? Não sei se você viu, mas tem muita gente esperando e eu quero ir embora pra casa ainda hoje”.
Márcio sai com o carro, pensamentos em off durante o percurso sobre estar fazendo certo e estar fazendo errado, tentando se acalmar dando conselhos a si mesmo, então o carro morre.
O Juíz cruza os braços e antes que possa falar alguma coisa, Marcio rompe em lágrimas...
“Por favor, eu não entendo o que está acontecendo, eu treinei todas as aulas, o carro está diferente, eu não tenho mais dinheiro para pagar aulas e eu preciso tirar esta carta, senão nunca vou conseguir o emprego que minha irmã me indicou, eu faço qualquer coisa, mas deixa esse simples erro pra lá, eu prometo que...” Ele é interrompido pelo Juíz que o manda seguir viagem.
Outra cena, na rua dos meninos. Roberto oferece 10 reais em troca dos negativos de fotos do casamento da Marcia, que está em posse de André.
“Não sei, se o Marciano descobrir que eu te vendi isso, ele vai brigar comigo”.
“Se você não vender, ele vai saber que você tem isso guardado, vai dar no mesmo”
“Tá legal, você me convenceu”
“Mas me fala, como você conseguiu isso, Tequinho?”
Uma “flashback” narrado em off por André mostra que ele encontrou na rua, em um dia em que os lixeiros passaram recolhendo os lixos e do nada um pacotinho com os negativos caiu fora de um dos sacos.
O episódio termina com Marcio chegando, os meninos escondem o dinheiro e os negativos de foto, pra desconversar, perguntam como Marcio se saiu, e ele franze a testa e fala “rodei de novo”.

Episódio 4: Acompanhado da solidão.

É noite, na casa de Roberto, com os meninos reunidos escutando Black Sabbath na sala.
Roberto com sua guitarra desligada acompanhando a base da guitarra, André com cara de assustado, olhando o relógio cuco por cima da estante de vime, se levanta e fala que vai embora, o som está alto e ninguém escuta.
Chega o momento do Solo da Guitarra, quando em close Roberto começa a acompanhar o solo; a música some.
Todos se viram e é André, de pé do lado do aparelho três em um típico cos anos 90, que abaixou o volume dizendo que está indo embora, que sua mãe vai ficar preocupada.
Os outros falam que é cedo, ele retruca que vai alimentar o Téco e a Neguinha, alguém comenta sobre o apelido dele ter alguma referencia com o nome do cachorro, todos riem.
André faz cara de triste, comenta que a Neguinha está estranha e tem medo que ela também morra, e com essa fala ele se vira e vai embora.
Quando o volume vai ser regulado novamente, o telefone toca, é Dona Danieli perguntando sobre Marcio, o menino se levanta, despede-se e caminha até a porta. Antes de ir, ele se vira e fala que precisa treinar mais com o carro, afinal, só assim ele vai conseguir tirar a carta de motorista. Então Matheus fala que vai embora também, pois se lembrou de que a assinatura semanal dos quadrinhos de super heróis está atrasada, e quer conferir se já chegou enquanto esteve fora.
Roberto balança com os ombros, enquanto faz com a cara um quê de “e daí que todos estão indo”.
Então ele sobe o volume, coloca pra tocar desde o começo...
Sua mãe chega, pede para desligar, que os vizinhos vão reclamar.
Ele desliga com raiva e se tranca no quarto.
Amanhece o dia, Roberto se levanta, ergue o cobertor e lá está sua cadelinha. Ele dormiu abraçado com ela, então, ele vai até a cozinha para comer alguma coisa e vê um bilhete da mãe, dizendo que está triste pois eles não conversam mais, e avisa que tem comida na geladeira, e “é só aquecer no micro-ondas”, ele faz cara de pouco caso.
O Episódio finaliza com ele indo para a escola, lá, Roberto repara que Renata está olhando para ele.

Episódio 5: Seja bom ou seja ruim, o futuro nos aguarda.

Na Rua, Marcio está feliz contando a Matheus que finalmente tirou a carta, e Matheus feliz também comenta que finalmente Cris aceitou sair com ele.
“Ainda é cedo pra dizer qualquer coisa, mas acho que finalmente as coisas estão dando certo pra gente”.
Os meninos olham para o outro lado da rua, na casa de André, o menino está sorrindo com 3 filhotinhos de pastor alemão no colo.
“Então é por isso que a Neguinha estava estranha esses dias né? Ela estava prenha”. Diz um dos dois.
André sai do quintal e vai se encontrar com os meninos.
“O mais engraçado é que o pai não é o Téco, os três filhotes nasceram com o mesmo dedinho esquisito na pata de trás, iguais aos do Volponi”
“Ele deixou esse presente pra você cara, o Volponi era o melhor” comenta Matheus.
Então, os três se viram e olham para a esquina, vem chegando Roberto, com sua guitarra nas costas, e de mãos dadas com Renata!
“E ai pessoal, vocês conhecem a Rê né, a gente tá namorando” diz Roberto.
“Bom, eu vou ensinar ela a tocar guitarra, mais tarde apareço aqui de novo”.
O Episódio finaliza com Matheus tentando vender uns quadrinhos pra André, justificando que vai juntar dinheiro para pagar a inscrição da faculdade, “Se eu arrumar um diploma, eu terei mais chances de subir na vida e também de namorar a Cris”.

FIM

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