terça-feira, 5 de novembro de 2013

Necrológio

Esse que segue é o meu primeiro trabalho na matéria de Linguagem Narrativa e Midiática.
Se trata de um Necrológio, eu não conhecia, mas achei muito interessante.
Consiste basicamente em:

Narrado em 3ª pessoa, o narrador não participa, é um relato sobre o personagem principal.
O tempo, teoricamente é o presente, mas relata sobre o passado.
Pode ser um texto poético, dramático, de humor... enfim.
E o nome meio que já diz do que se trata, sobre o enterro do personagem, no caso, EU!

E antes de começar o texto, rolou depois uma tirinha de 3 quadros, "resumindo" toda a história.

Necrologia.


O dia amanhece nublado, sem chuva, houve neblina em alguns lugares onde o sol lançou seus raios.
Um cemitério comum, uma cova comum.
Ali se encontra a mãe e o filho de Guilherme, ambos cabisbaixos, chorosos.
Em sua volta, vão chegando várias pessoas, de todas as crenças, cores e idade, mas em sua maioria, pessoas usando preto, várias vestidas com camisetas de bandas de Rock, Heavy Metal, Thrash, Black e até mesmo de Hard Rock.
O raio do sol incomodando, o vento frio forçando a todos a não tirarem os agasalhos, pra não dizer as mãos prevenidas com guarda-chuvas, que naquele dia não viriam a usá-lo.
Um zumbido incessante de abelhas ao longe, provavelmente sua colmeia foi estabelecida por perto graças à posição estratégica das dezenas de flores postas diariamente e aleatoriamente naquele lugar que para a maioria das pessoas só lembra a morte.
Ali, próximos ao caixão de Guilherme, estão se aproximando algumas pessoas que o consideravam um grande amigo, outros, só passando para matar a curiosidade mórbida.
Alguém comenta:
- "Parece tranquilo, parece que está até rindo".
Outro responde:
- "Ouvi uma vez minha avó dizer que quem tem uma vida sofrida, quando morre fica assim".
Se fez silêncio, alguns choros ao fundo, em algum canto duas crianças brincam, a mãe chama a atenção.
Do nada, altamente se sentindo inquieto e sem assunto, alguém diz para a pessoa ao lado:
- "Velhinho, onde se vende cerveja nessa bagaça? vamos procurar".
Em outro canto, um grupinho recém formado por mulheres que nunca se viram, conversam:
- "Ele morava na minha rua quando éramos jovens, ele era muito engraçado".
- "Ele dizia brincando que éramos irmãos, pior que sinto que perdi meu maninho mesmo". - Outra replica.
- "Eu não o via desde 2009, sempre saíamos pra ir nos rolês, mas comecei a namorar e...".
- "Cara excelente".
- "Era isso que ele falava, "excelente" hahahaha...".
- "E o "relaaaaaxa" que ele falava".
- "Ele sempre me ouvia, quando eu tava mal".
Em outro canto, pessoas abraçam a mãe e familiares do finado.
- "Como ele é parecido com o pai, seu pai uma vez pulo do palco lá do alto, de pé no publico, foi o unico "Mosh" da história que eu vi assim".
- "Devíamos tocar Venom, cara, ele ia gostar".
- "Só que todo mundo ia reclamar". - Outro responde.
- "Eu não sabia que o nome dele era Guilherme".
- "Pra mim era Manoel".
- "Morreu do quê?".
- "Não sei, e interessa agora?".
- "Interessa que morreu só, vai fazer falta".
Para alguns pareceu rápido, para outros pareceu longo o enterro, para outros ainda só serviu para faltarem no trabalho.
Mas para alguns foi realmente um dia triste e sombrio.

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